segunda-feira, 14 de junho de 2010

Enxugando gelo!


Em pelo menos 17 municípios do interior de São Paulo, jovens com menos de 18 anos não podem mais ficar fora de casa após as 23h sem a companhia de um responsável. Decisões de juízes titulares de Varas da Infância e Juventude de mais duas comarcas paulistas estabeleceram regras rígidas quanto à permanência dos menores em “situações de risco”. Dados repassados pelo próprio juiz apontam que, de janeiro a maio de 2004 - período em que as restrições não estavam em vigor -, foram registrados 131 casos de furto com participação de menores em sua vara. Quatro anos depois, no mesmo período, foram registrados 11 casos. Já os casos de lesão corporal caíram de 61 para 19. Mais será mesmo essa a melhor decisão a tomar? Segundo os juizes essa ordem, irá diminuir o numero de furtos, onde sempre existe um menor infrator envolvido. Porem isso é combater efeito, e não a causa que gera esse tipo de comportamento. Pois se as instituições publicas investissem mais no desenvolvimento e ampliação do mercado de trabalho, dando a capacitação necessária, para que as empresas assim possam contratá-los não haveriam jovens praticando furto, como diz o provérbio; “A fome é má conselheira”, pois se o jovem, não tiver oportunidade, de demonstrar o seu talento por meio do trabalho, não lhe resta outra opção se não o roubo. Pois como eu e como você que lê essa coluna, ele também precisa se vestir, precisa se alimentar, pagar contas, ter uma vida social. E tudo isso só se faz com dinheiro, não há outro meio mágico para isso. Pois quando a oportunidade não é oferecida, por meio desta ocasião se forma o ladrão. É preciso mudar a mentalidade de que nós não temos nada a ver com isso, temos sim! É dever de cada cidadão, educar, instruir, confortar, ajudar pelos meios que nos é possível. Pois a sociedade é feita por todos, somos um grupo só. Se um sofre, todos sofrem. Lembro-me aqui, de uma frase do fundador da Legião da Boa Vontade Alziro Zarur (1914 a 1979) instituição essa que tantas obras faz pelo Brasil e pelo mundo, em que ele dizia “Enquanto houver um brasileiro passando fome, somos um povo que ri, enquanto deveria chorar, e chorar de vergonha.” E ele não falava só da fome do estomago, mais da fome social, espiritual que o povo tem. Até quando vamos deixar que os nossos representantes políticos fiquem tratando das causas, sem combater antes os efeitos? Até quando vamos ficar tapando o sol com a peneira? Ou enxugando gelo? Até quando vamos errar? Porque se as ações deles são falhas, a culpa também é nossa. O governo também somos nós, cada cidadão dessa nação tem o poder de governar, através das atitudes, é compromisso e dever nosso de reclamar e de pedir as contas do que está sendo feito. É do nosso futuro, o futuro dos nossos filhos e netos que está em jogo. E ai, vamos deixar esse barco à deriva mesmo? O Brasil que tem o formato de um coração e não de um pernil espera que não. Hei, e não esqueça de ser feliz.

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